segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

iG entrevista Dave Casali

Cine: “Falta união dos artistas na cena pop rock do Brasil”

Prestes a lançar um EP especial de verão e escalada para tocar nos Estados Unidos, banda paulista reflete sobre o sumiço do pop-rock das paradas de sucesso do país.
Boas novidades para quem é fã da banda Cine. O grupo paulista promete para janeiro de 2013 o lançamento de seu próximo EP, “Verano” . “Vão ser cinco músicas inéditas, que remetem a festas, diversão e à energia do verão”, diz o baterista Dave Casali em entrevista ao iG.

 iG: Vocês foram selecionados para tocar em um festival no Texas, o South by Southwest (SXSW). Como estão as expectativas da banda?
Dave Casali: Nós fizemos a inscrição sem muita pretensão, e de repente a produção do festival respondeu dizendo que gostou do nosso material e nos convidaram para tocar lá. Estamos muito ansiosos, sempre sonhamos em sair do país e mostrar nosso show para outros povos, outros públicos e, por que não, em outras línguas? Estamos pensando em fazer alguns refrões em inglês, mas sem deixar o português de lado, principalmente porque há no Texas um público latino muito forte.

iG: Vocês vão tocar só no Texas ou vão tentar fazer uma turnê pelos Estados Unidos?
Dave Casali: Vamos ver se conseguimos fazer uma miniturnê por lá. A ideia até agora é ir até Los Angeles , e fazer entre oito e quinze shows antes do festival, correndo o país de ônibus, e fechar a turnê com chave de ouro no Texas. Não sabemos ainda quanto tempo e quantas vezes vamos tocar por lá, e queremos aproveitar muito.

iG: Além da turnê pelos EUA, vocês têm falado bastante no Twitter sobre um novo trabalho, chamado “Verano”. O que é isso, afinal?
Dave Casali: É um EP que a gente pretende lançar nas próximas semanas, com cinco faixas inéditas e que remetem a festas, verão, para a galera escutar numa vibe diferente. A ideia é tentar lançar ainda em dezembro, mas é bem provável que o EP saia só no começo de janeiro.

iG: No que as músicas desse trabalho vão ser diferentes do que vocês fizeram no “Boombox Arcade”?
Dave Casali: A principal característica do “Boombox Arcade” é que ele tinha uma pegada eletrônica muito agressiva. O “Verano”, por sua vez, já vai ser um disco mais light, mais leve: a eletrônica some um pouco e dá lugar a alguns arranjos de metais, por exemplo. É um disco mais limpo e mais “pra cima”.

iG: As letras também vão refletir essa ideia do verão?
Dave Casali: As letras continuam falando das mesmas coisas que a gente sempre gostou de falar: mulheres, festas e aventuras. Mas acho que agora a gente fala com uma linguagem mais madura e que vai se aproximar mais de um público mais velho. Faz parte, porque nós mesmos estamos crescendo.

 iG: Vocês vivem mobilizando os fãs pelas redes sociais para ir aos shows e votar em vocês em premiações. É esse um dos segredos do sucesso da Cine?
Dave Casali: Acho que sim. Sempre tivemos muita força no Twitter. No começo da banda, usávamos muito a internet para fazer a galera pedir clipes, votar na gente, mas chegou um momento que a galera reclamava que a gente só usava o Twitter para isso. Paramos um pouco com essa política, e agora eles cobram a gente para avisar dos shows, fazer vídeos especiais só para o Twitter. É importante usar a internet, especialmente no momento que a cena pop-rock no Brasil está um pouco em baixa. Precisamos correr atrás do que é nosso.

iG: O pop-rock brasileiro hoje vive uma crise? E por quê?
Dave Casali: Com certeza. O público que ouvia a gente há dois anos, hoje vai aos shows dos artistas sertanejos. Foi uma migração muito rápida, e o sertanejo hoje é muito forte, especialmente porque os artistas são amigos e se ajudam muito. Falta essa união no pop-rock brasileiro. A maioria das bandas ficam com medo de perder seu espaço para as outras. Não é assim! Tem espaço para todo mundo, para fazer festivais enormes, para juntar muita gente.

iG: É só culpa dos artistas, então?
Dave Casali: Não só. A maior parte dessas rivalidades acaba vindo mais dos fãs que das bandas. Os fãs costumam colocar os artistas uns contra os outros, gerando um mal-estar generalizado. Os fãs da Cine brigam com os fãs de outras bandas, e vice-versa, e isso enfraquece a cena. O que todo mundo precisa entender é: se você gostar da Restart, você não vai gostar menos da Cine, por exemplo. Você não vai trair ninguém se for no show de outro artista. Ficamos muito felizes com a fidelidade dos fãs, mas achamos que eles podem gostar muito do Cine e também podem gostar muito de outras bandas.


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